Um novo biomarcador para o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer, cujo diagnostico definitivo é difícil de estabelecer, assenta em testes comportamentais que muitas vezes apenas são conclusivos quando o declínio cognitivo causado pela doença é aparente. Esses testes incluem alterações da memória, função cognitiva e mudanças no comportamento, juntamente com a exclusão de outras possíveis causas de declínio cognitivo.

A procura de um potencial biomarcador para a doença de Alzheimer é assim uma das pistas exploradas. Um biomarcador é uma proteína ou composto mensurável que pode servir como um indicador de uma doença ou infecção. No caso da doença de Alzheimer a investigação é amplamente centrada em torno de um grupo de proteínas chamadas proteínas Tau, um grupo de proteínas que ajuda a estabilizar o esqueleto interno dos neurônios no cérebro.

Um novo estudo publicado na ACS Chemical Neuroscience  descreve um potencial biomarcador que pode ser usado no diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer antes do aparecimento de sintomas graves.

Os investigadores descobriram que uma proteína chamada p-tau198 foi eficaz na diferenciação entre a doença de Alzheimer e duas outras doenças neurodegenerativas. O estudo envolveu uma comparação de tecido cerebral post-mortem de pacientes com doença de Alzheimer e sem doença de Alzheimer.

As proteínas Tau são geralmente afectadas pela doença de Alzheimer. Verificou-se que eles sofriam modificações pós-tradução no início da doença de Alzhimer, tornando-os mais propensos a agruparem-se. Esta é uma possível causa da perda de neurónios e de défice de memória associadas à doença de Alzheimer.

Os investigadores, que identificaram métodos de detecção ultrassensíveis, como o Single Molecular Array (Simoa) ou as tecnologias Meso Scale Discovery Multi-Array (MSD) como métodos potenciais de detecção dessas proteínas Tau, esperam que estudos futuros elucidem as técnicas que possam usadas para detectar p-tau198 e outros biomarcadores Tau.

A intervenção precoce na doença de Alzheimer é indubitavelmente benéfica. Esta inclui treino e estimulação cognitiva e mudanças no estilo de vida, como exercícios, dieta e sono adequado.

O LAC-GAIA recomenda a consulta do Site da Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer.